15 de dez. de 2009

Geraldina


Geraldina era moça sozinha
Branquinha e esguia
Pequenina que dava dó.
De tanto ver novela
Tinha medo dos vilões
Por isso estava sempre só.
Vendo solitária bela donzela
Tião resolveu se aproximar
Pediu a Geraldina sua mão
E o coração, se não fosse abusar.
Mas Geraldina era solícita
Não se deixava levar por conversa
Tratou logo de afastar-se de Tião
E fez questão de ser perversa
Não que fosse má, só queria distância
Não queria mais tarde ter que sofrer
Por ter dado ao amor confiança.
Mas Tião era persistente
Puxou Geraldina pelo braço
Disse que a faria contente
E cobriu-a com um apertado abraço.
Geraldina estremeceu
Sentiu as pernas bambas
Coração vacilante
 Borboletas no estômago.
O cérebro, esperto que era
Tratou de avisar Geraldina
Puniu o coração fanfarrão
Mandou que ele fosse mais precavido.
E deu-lhe uma palmada no pé do ouvido.
Pobre coitado do coração teve de se esconder
Afinal, amor era perigo
E faria Geraldina sofrer.
No fim, Tião desistiu do amor
Cancelou a conta no florista
E não procurava mais corações
Bastavam-lhe bundas bonitas
Cansara-se de ser careta.
E Geraldina, pobre moça
Trancou-se sozinha no quarto
Nada entendia muito bem
Chorou muito, como nunca antes
Lamentava-se por desperdiçar aquele alguém.
Por outro lado estava contente
Pois não dera confiança a promessas
De alguém que depois se faria ausente.
Luz

0 Mississipi: