19 de dez. de 2009

De repente tudo parou

O leão não mais rugia
O pente não penteava
No outono nada caía
A criança não festejava

As mulheres não envelheciam
As rodas nem sequer giravam
Os doentes não estremeciam
E as prostitutas não trabalhavam

O coração embora não batesse
Cultivava múltiplos amores
E mesmo que nada mais morresse
Tentava excluir todos os rancores

Só os poetas é que seguiram
Tristes e quase sempre sozinhos
Observando, e, com olhos de meninos
A escrever que as coisas não mais viviam
Luz

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