Estou escrevendo nesta folha que há instantes estava branca e agora vai se modificando conforme o lápis desliza e o grafite se desfaz sobre o branco amigo. Ela nunca mais será a mesma, mesmo que em vão eu tente apagar todas essas palavras. Porque nada no mundo tem o poder de não mudar nunca. Até mesmo uma estátua fica empoeirada e desgastada com o passar do tempo. É a ordem natural das coisas, não há como evitar.
17 anos, um estômago que, mesmo sem muitos amores, vive cheio de borboletas. Olhos de criança, coração de artista. Se fosse ouví-lo, fugiria com o primeiro circo que passasse. Sem pensar duas vezes… um amigo me disse um dia que nasci para usar um nariz vermelho. Poucas coisas me deixaram tão feliz. Gosto de ouvir e observar. Viajo por mundos que não têm espaço nesse nosso tão moderno. Fecho os olhos para respirar músicas e sinto quando meus pulmões se enchem delas. Gosto de sentir a chuva fraca batendo nas palmas das minhas mãos. Viver num colégio interno, sobretudo, me fez perceber o quanto aprecio minha liberdade. Enjoo muito fácil de coisas e pessoas, por isso, tenho medo de me casar. Quero estudar ciências sociais e jornalismo, ter meu próprio carro, minha própria casa e meu próprio jardim; cozinhar as melhores refeições vegetarianas para meus filhos e, quem sabe um dia, viver só de arte. Quero aprender o máximo possível de idiomas, viajar pelo mundo e pisar com pés descalços em cada um dos lugares que passar.
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