Alguém aí sabe ler?

Estive repensando a forma como escrevo. Não sei, acho que tem muita gente que não compreende bem o que eu tento passar, por causa da linguagem na norma padrão. Mas é tão bom escrever coisas bonitas, fica mais legal. E eu já devo treinar, porque eu quero escrever jornais e livros no futuro. Mas queria escrever sempre coisas direcionadas aos jovens. São poucos os escritores que se preocupam em escrever coisas que todos os jovens entendam e principalmente, gostem. Mas infelizmente, a maioria dos jovens é incapaz de ler e compreender totalmente um texto escrito de acordo com a norma padrão. E isso não é culpa somente da precariedade do ensino público brasileiro. Eu por exemplo, tive a sorte de estudar a vida toda em colégios particulares e domino muitas das regras da língua portuguesa. Mas conheço muita gente que também sempre estudou em colégios particulares e escreve mal, não sabe quando se usa um acento. O pior é a história do ‘mas’ e do ‘mais’. A regra é tão tola que chega a ser deprimente ver jovens de quinze anos escrevendo ‘sou mas eu’, ‘queria ir mais meus pais não deixam’. Muito do que sei, devo aos bons colégios que freqüentei. Mas se aprendi, não foi por achar legal toda aquela chatice que os professores vomitam na sala de aula. Não foi por amar decorar conjugação de verbos e regrinhas. Foi porque eu precisei aprender a escrever bem, pois precisarei disso. Mesmo que não quisesse fazer jornalismo, teria que saber. Imagina se alguém vai levar a sério uma carta formal de uma pessoa que escreve sem acentos, sem vírgulas, usando o ‘m’ em lugares errados. Eu sinceramente, talvez não levasse. Hoje o domínio da língua pra mim é mais do que saber português, é uma ferramenta que eu uso para passar pros meus leitores tudo o que eu penso e permitir que eles entendam com clareza o que quero transmitir. Mas voltando ao assunto, tenho muitos leitores que estudaram a vida toda em colégios públicos e conseguem entender exatamente o que quero passar. A verdade é que não adianta você ter os melhores professores, mestres, doutores. Se não há a vontade de aprender, não há aprendizado. Em minha humilde opinião, a base de uma redação bem escrita, de um texto bem escrito nada mais é que leitura. Não adianta você saber as regras se não sabe onde e quando aplicá-las. E quando digo leitura, não precisa ser a leitura de Machado ou do Drummond. Comece por um anúncio de revista, uma bula de remédio ou um outdoor. Se estiver lendo, está bom. E vá passando para coisas mais difíceis com o decorrer do tempo. Espero que todos tenham entendido a idéia que eu quis transmitir.

Gostaria que cada pessoa que leu, deixasse um comentário dizendo o que gosta de ler, e o que acha da qualidade do nosso ensino.

Obrigada por acompanharem...

Gabi Luz :]